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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

2 colunas



Ingredientes 

2 pães de forma
430g farinha de trigo p/ pão (conteúdo de proteína entre 11-15%)
200g farinha de trigo integral
160g flocos de aveia
560g água tépida
100g leite
68g mel
68g óleo vegetal (com sabor neutro)
20g sal
10g fermento em pó (Fermipan, por exemplo)
14g canela em pó
300g passas
Instruções
Demolhar as passas em água quente e deixar re-hidratar durante pelo menos 30 minutos. Misturar os 560g de água com os flocos de aveia e deixar repousar durante 15-20 minutos. A ideia é amolecer os flocos de aveia para não serem tão rijos, o que dificulta a criação da estrutura de glúten.
(...)
 Adicionar o resto dos ingredientes, excluíndo as passas, e amassar com a máquina na primeira velocidade durante 3 minutos. Aumentar a velocidade e deixar amassar durante mais 3-4 minutos. Escorrer as passas e adicionar ao resto da massa, ligar a máquina na primeira velocidade até as passas estarem igualmente distribuídas e incorporadas.
Fazer uma primeira fermentação de 2 horas, se quiserem num recipiente novo ligeiramente untado com óleo. Ao fim da primeira hora dar dobras à massa de modo a expelir algum do dióxido de carbono acumulado e trabalhar o glúten.
Ao fim das duas horas, dividir a massa e tender em forma de cilindro. Colocar dentro das formas e deixar fermentar durante uma hora. Pré-aquecer o forno a 250ºC. Se não tiverem duas formas, ou não tiverem forma alguma, podem dar a forma que quiserem ao pão (oblongo, redondo ou pequenos pães são boas sugestões).
Colocar as formas dentro do forno e fazer vapor (ver aqui como). Após 15 minutos baixar a temperatura para 200ºC. Cozer durante 30 a 35 minutos ou até a temperatura interior do pão atingir os 92ºC. Opcional: Quando faltarem apenas 10 minutos para o pão cozer, remover as formas do forno com cuidado, retirar o pão das formas e colocar o pão com a base voltada para cima. A ideia é obter uma crosta mais colorida e crocante no resto do pão de forma.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Mau tempo, para fechar Outubro


Chuva, muita humidade, céu cinzento e carregado, de vez em quando rajadas de vento fortes, muita trovoada, relâmpagos ininterruptos: nada do outro Mundo. Apenas o Outono a entrar de rompante e sem grande clemência.
Na vila, o mar mudou de cor: as ondas agigantaram-se e estendem-se agora por todo o areal, rebentando com violência contra as paredes e muros do casario que fica na praia.
A Protecção Civil colocou a população em alerta e a comunicação social anima-se com as notícias que se insinuam com os avisos que oscilam entre o amarelo e o laranja.

terça-feira, 8 de outubro de 2013


A agitação nocturna dos gatos aquieta-se assim que me levanto. Estranhos, os gatos! Precisam de uma rotina. Exigem que nada, absolutamente nada, lhes sobressalte essa rotina. E eu faço-lhes a vontade, contrariada. Não porque me apeteça, mas por reconhecer que talvez me faça bem um pouco de disciplina.

sábado, 5 de outubro de 2013


Primeiros dias: tenho-lhe enviado o céu. Para matar saudades do azul. Para que não acuse a falta do Sol.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A propósito da... "bruta cavalidade dos frágeis que acarinhamos"

Duas perplexidades.

Primeiro: custa assim tanto dar dois passos para o lado, puxar pela imaginação, fazer um pequeno exercício infantil de faz-de-conta e colocarmo-nos no lugar do outro? Perguntarmo-nos se acaso não gostaríamos também de ter um pouco dos mimos e dos cuidados que temos para com os outros? Se acaso não acalentaríamos, pelo menos, a expectativa de ver retribuídas as atenções com que cercamos os outros? Acaso gostaríamos de receber o descaso e a insensibilidade que dirigimos aos outros sobre a nossa própria pele? Acaso nos agradaria sermos permanentemente sacudidos por quem nos esforçamos ao máximo por trazer sempre ao colo?

Segundo: será que é assim tão difícil perguntarmo-nos se gostaríamos de ser tratados como tratamos os outros? Se nos sentiríamos igualmente acarinhados e suportados se, ao invés do tratamento que nos dão, recebessemos o mesmo tipo de tratamento que damos aos outros? E será que, nesse caso, continuaríamos a condenar e troçar de qualquer queixa com o mesmo ânimo leve? Continuaríamos a abafar e a silenciar qualquer reparo com a mesmo ar enjoado? Continuaríamos a minimizar e a censurar qualquer lamento com a mesma prontidão?

Não, não creio.

É fácil minimizar. É muito fácil desvalorizar. É muito, muito fácil subestimar. Desde que as dores e as mágoas sejam infligidas aos outros.

Pior: quanto mais vivo mais me apercebo de que quanto maiores são os mimos e as delicadezas recebidas, mais egoistas, cegas e indisponíveis se tornam as pessoas. Devia ser ao contrário, pois devia. Sempre pensei que o mimo adoçasse as pessoas, mas tem quase sempre o efeito oposto. Não só as torna mais ásperas, como as convence de que não há mal nenhum em serem assim. Mais: que têm total e fundamentado direito em proceder dessa forma: dando e permitindo na inversa medida daquilo que elas mesmas esperam e recebem.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A propósito de... "caminhar na rua ao Sol"

Hoje fui à rua. Fui à rua, não: voltei a caminhar pela rua, porque à rua tenho eu continuado a ir. Fui à rua e havia sol. Primeiro tímido, depois mais rasgado ao céu e confiante. Caminhei pela rua e voltei a sentir o calor bom do Sol. E alguma coisa (muita coisa, se quiser ser justa!) melhorou apenas e tão só por esse simples facto.
Ajuda caminhar na rua. Não posso esquecer-me nunca disso. Nem quando chove. Devo manter presente que ir à rua, andar na rua, caminhar pela rua, ajuda: melhora. Se não tudo, pelo menos muita coisa e isso às vezes é quase sempre tudo.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A propósito de... "ter vida"

Coisa curiosa, nos tempos que correm, é constatar que, não raras vezes, aqueles que nos dispomos a ajudar, por quem muitas vezes fazemos esforços e sacrifícios, nos vêm cuspir na cara - à laia de quem receia ser cobrado e tem medo de se sentir em dívida - que se fizemos por eles aquilo que fizemos é porque «não temos vida». Querem eles dizer que só concebem que alguém esteja disponível para o outro se não tiver vida, ou se a sua se tiver esvaziado, o que vem a dar no mesmo.
Nunca percebi bem qual é o seu intuito ou qual venha a ser o último alcance da expressão.  Não sei se com isso querem tirar-nos as ilusões, deixar bem claro que se fazemos é porque queremos, que (atendendo a que não nos apontaram uma arma á cabeça para nos obrigar) não têm nada a ver com o assunto, deixando calro que, ainda que tenham tirado o respectivo proveito do gesto, não se sentem minimiamente em dívida para connosco. Ao limite, suspeito que com isso nos queiram, na verdade, dizer que (contas feitas!) são eles quem nos está a fazer o favorzinho de acrescentar conteúdo à nossa vida.